Percebo que nossos problemas só aumentam.
Há novos problemas surgindo todos os dias.
Vejo a preocupação em alguns educadores em preparar nossas crianças a exercitar o “pensamento crítico”.
OK, válido. Mas entendo que é importante romper a barreira do pensamento, por mais importante que seja a crítica, e preparar nossos jovens para ação.
Se for para pensar criticamente, que se pense também numa ação.
Essa montanha de problemas exige ações; e ações que recaiam sobre causas raízes dos problemas.
Não vejo os jovens exercitarem a investigação de causas raízes, por exemplo, como tanto mencionou Peter Senge em seus estudos sobre visão sistêmica no MIT, o mais famoso deles baseado no método dos 5 porquês desenvolvido pela Toyota Motors na década de 1930.
Nenhum problema reside numa caixa fechada. Nem mesmo os problemas dentro da Estação Especial Internacional estão isolados. Alguns deles têm raízes aqui na Terra.
Nossa visão precisa se ampliar. Precisamos investigar mais a fundo o que causa os problemas que enfrentamos todos os dias; claro, se quisermos resolvê-los.
Precisamos de mais perguntas, mais porquês.
Com o tempo, ao exercitarmos mais nossa mente com essas perguntas e suas respostas, iremos perceber que muitos problemas antigos ainda existem pelo simples fato de que as pessoas pararam de fazer perguntas sobre eles.
Por que há trânsito na minha rua? Seria o excesso de buracos na via que faz os motoristas diminuírem a velocidade? Ou seria a necessidade de procurar uma vaga para estacionar o veículo? Ou seria o ato em si de estacionar o veículo numa vaga que para o trânsito?
Todas essas perguntas representam apenas o primeiro nível de investigação, o ponto de partida, e é nele que a maioria das pessoas interrompe a investigação de causas raízes.
— “Então devemos escolher uma pergunta e seguir investigando?”
Não, devemos elencar todas as perguntas que nossa inteligência permitir.
Seria o sol da tarde que ofusca o olhar do motorista também o faz diminuir a velocidade?
— “Qual é o limite para a quantidade de perguntas?”
A qualidade das respostas.
— “E daí, o que fazemos?”
Chegamos finalmente ao ponto agir.
Boas respostas para perguntas difíceis são a plataforma ideal para a construção de soluções.
Soluções realmente duradouras que atacam causas raízes, e não apenas eventos isolados.
Que venham os problemas, as perguntas, suas respostas e soluções.
Problems are inevitable, but problems are soluble.
David Deutsch em “The Beginning of Infinity”