Não existem livros ruins.
O que existe é uma incompatibilidade entre o livro e seu leitor.
A mesma incompatibilidade que se vê entre pessoas, entre amantes, entre patrão e empregado, entre líder e liderado.
Interromper a leitura de um livro não é ruim.
Ruim é não investigar a incompatibilidade entre ele e você.
Culpar apenas o autor do livro seria o mesmo que dar as costas a ele e a todos os leitores que perceberam compatibilidade na leitura da obra.
Culpe-se pela interrupção!, principalmente se o livro for um clássico.
Interromper uma leitura densa é o mesmo que interromper uma maratona.
Nenhuma maratona é longa demais.
Seus 42 quilômetros são sempre os mesmos.
O que muda é a capacidade do corredor.
Se sua resistência física é incompatível com o desafio da prova, vale optar por desafios menores até que se conquiste tal resistência.
Se o seu momento de vida é incompatível com leitura de uma certa obra, opte por desafios menores e mais alcançáveis.
Devolva o livro à estante e sorria.
“Não deu. Não foi dessa vez. Mas um dia seremos compatíveis.”
Foto da capa: Thought Catalog via Unsplash