O jornalista investigativo Glenn Greenwald levanta um assunto que pouca gente dá atenção hoje em dia: a facilidade com que fatos históricos são apagados.
No tuíte abaixo ele indica esse problema na mídia americana. Fatos importantes envolvendo os EUA e a Ucrânia foram simplesmente apagados da Internet ou, pelo menos, dos websites da grande mídia americana.
Esse tipo de manobra com as informações públicas prejudicam muito as gerações futuras e sua capacidade de compreender fatos ocorridos na linha da história.
Criam-se lacunas importantes para ocultar atores e seus malfeitos.
E já que a grande mídia não se importa mais com as graves consequências desse tipo de expediente, resta a nós mesmos adotarmos medidas de defesa e preservação da história.
A primeira delas mistura hábito e habilidade.
O hábito de salvar conteúdos que você julga relevantes. E isso se resume a dar um “like” ou marcar um conteúdo como favorito. É necessário criar uma cópia do conteúdo, e ela precisa estar fora da tal “nuvem” de informações da Internet.
Os textos, reportagens, fotos e vídeos, se críticos, devem ser “baixados” da Internet e gravados em uma estrutura sob o seu controle.
E é neste ponto que o hábito exige uma habilidade. A habilidade que deveríamos ter aprendido na escola — e que até hoje não é ensinada a contento para crianças e jovens — que envolve a construção de uma infraestrutura pessoal de arquivo histórico.
Esta infraestrutura pode estar em um computador, em um celular ou mesmo na “nuvem”. O importante é que seja uma estrutura pessoal. Sua.
A cópia de um conteúdo para esta infraestrutura não deveria ser caracterizada como “pirataria”. A intenção nunca é de replicá-la ou modificá-la. Apenas guardá-la para o futuro.
— “Só guardar?”
Sim, a guarda já é um grande feito. Vai nos permitir a recuperação desse conteúdo e sua revisão no futuro quando a situação exigir.
Existem várias ferramentas que permitem a criação dessa infraestrutura, e muitas delas são gratuitas. Clique aqui para ver uma lista.
Arrisco dizer que essa prática de guardar conteúdos históricos deveria ser um dever individual na sociedade de hoje em dia. Ou, pelo menos, das sociedades que se preocupam sua história e como ela será contada e recontada para as futuras gerações.
Estamos vendo na prática como a exclusividade do controle da informação por parte da grande mídia, das redes sociais e seus algoritmos é perigosa e manipuladora.
Precisamos ajudar os mais jovens a desenvolverem o hábito e praticarem as habilidades necessárias para combater esse mal.