Imagem de capa gerada por AI via MS Copilot Designer.
Até então esses dois caras com quem eu frequentava academia não eram amigos. Se reconheciam, claro, pois se cumprimentavam todos os dias e trocavam duas palavras: “Oi” e “Tchau”.
Um belo dia, algo muito interessante aconteceu: eles resolveram conversar.
Mas não foi uma conversa qualquer.
Foi uma conversa entre chatos!
E não eram chatos quaisquer. Eram chatos de hoje em dia, chatos polarizados, chatos programados para discordar.
— “Ah, eu acho vai fazer sol hoje!”, diz um. A resposta do outro só poderia ser: “Não, vai chover! Vai chover MUITO hoje!”
— “Passei minhas férias em Nova Iorque! Que cidade linda!”, diz um eufórico. O outro: “Você deve estar brincando. Aquele lugar é horrível!!”
— “Não gosto do síndico. Ele não entrega o que promete.”, diz um. O outro: “Cara, ele é bom! O problema são as pessoas com quem ele trabalha.”
Ping, pong, ping, pong, ping, pong.
E eu escutava aquilo cada vez mais interessado em um possível desfecho, algo como uma discussão mais acalorada, uma briga, um afastamento.
Eis que um começa a dar risada dos comentários do outro. Sim!, eles começaram a se divertir com sua própria pentelhação. Estavam à vontade com tanta discórdia. Era como se ela fosse um símbolo de amizade.
— “Bom, vou indo! Já deu pra mim. Cheguei cedo hoje.”, disse um caminhando para a porta de saída. O outro retrucou: “Mas já? Deixa de ser preguiçoso! Você chegou depois de mim. Fica aí.”
Risos e mais risos. Alegria!
Um chato quando dá sua mão para outro chato, não larga mais! Os chatos se amam!