…aos 50 anos de idade.
Como não se perguntar: “Por quê?”
Por que foi melhor assim?
Não vejo como.
É melhor a solidão?
É melhor o vazio?
É melhor a ausência?
É melhor para a batalha? A batalha da sobrevivência numa idade onde já não se consegue levantar tão rapidamente o escudo, muito menos a espada.
É melhor do que ter alguém para conversar?
Ou, se isso for muito complicado, apenas para segurar a mão?
Talvez seja melhor do que concordar ou discordar com o outro. Exercícios que ficaram tão complicados com o passar dos anos.
“É melhor para os filhos?” Isso é uma pergunta ou uma afirmação? Ninguém sabe! Ninguém perguntou para eles, os filhos, o que acham da separação.
É melhor não perguntar mesmo. Nem agora, nem nunca. A resposta não chegaria desacompanhada da vergonha. Vergonha tamanha que só seria superada pela tristeza dos últimos dias vividos sem um olhar, uma mão para segurar ou uma palavra qualquer.
É melhor manter o jardim muito bem regado, viu? Regue todos os dias com calma e sabedoria.