Olavo de Carvalho faleceu hoje, dia 25, aniversário da cidade de São Paulo.
Fiquei sabendo da notícia ainda deitado na cama, dando aquela primeira olhada nas notícias antes de levantar para o novo dia que começara.
Foram segundos surreais. Não acreditava no que estava vendo.
Emoções fortes que se somaram a uma noite mal dormida repleta de pesadelos. Um deles, recorrente já há muitos anos.
Abracei minha esposa. Ela ainda dormia. Precisei colocar aquelas palavras na minha boca: “O professor Olavo morreu.”
O professor Olavo me tirou das trevas intelectuais. Primeiro acendeu uma luz em meio à escuridão, mas não se apresentou.
Assisti um vídeo, depois outro, depois mais outro. Quando percebi já estava no meio da noite e não conseguia sair do YouTube. Eram revelações seguidas de revelações. Cada uma mais interessante que a outra no contexto da história recente brasileira.
Comprei seu livro. O “mínimo”. Sua leitura foi outro soco na cara. Na minha, claro.
Depois, mais vídeos que iam abrindo portas e mais portas dentro de um longo corredor da percepção.
Não fui um leitor dedicado de seus livros, nem frequentei seus cursos. Consumi seu conteúdo de forma homeopática, na medida que me sentia à vontade e tinha tempo para assimilar aquilo com a devida atenção.
Aí veio o Jardim das Aflições, o filme. Assisti em primeira mão no site do produtor. Adquiri conhecimentos que jamais esquecerei. A origem das ideias e os mecanismos de controle. A biografia dos conceitos que se tem sobre o mundo. Uma vastidão.
Só tenho a agradecer ao professor. Serei sempre grato pela visão que me deu. Ficarei atento para aprender tudo que ainda não tive a oportunidade de aprender. Um conhecimento infinito.
O mestre se foi, mas nunca estará ausente.
Fotos do David Gabrić e do Kamil Feczko ambas disponíveis no Unsplash.